Amanhã, dia 28 de março, Uchoa completa 96 anos de emancipação político-administrativa. A cidade foi elevada de distrito a município no ano de 1926, a partir daí é contado o aniversário do município. Confira um pouco mais sobre a história de Uchoa.
A ORIGEM
O município de Uchoa conta com pouco mais de um século de história. Seu território começou a ser ocupado em princípios da República brasileira, na ocasião em que o recém-criado Estado de São Paulo se esforçava para transformar seus “sertões” em áreas produtivas integradas por um grande projeto de desenvolvimento agroindustrial. Nas franjas deste mundo paulista em expansão, as terras que deram origem ao município compunham, então, os “sertões de Jaboticabal”, um vasto território que em poucas décadas se veria transformar na “Zona Araraquarense”, uma região dotada de estradas de ferro, rede de cidades e um grande leque de propriedades agropastoris, muitas delas produtoras de café. Nas origens deste município encontramos o parcelamento judicial de duas grandes propriedades rurais, as fazendas São Domingos (Moraes) e Palmeiras terras devolutas que alcançaram resolução legal em princípios da república pelas mãos de Arthur Edwin Ortenblad e José Manoel Portugal Freitas, respectivamente. Na ocasião, o território começava a receber as primeiras famílias procedentes do sul de Minas Gerais que chegaram à região, orientadas pela passagem de um “picadão” entre as cidades de Jaboticabal e Rio Preto. Estimuladas a participar da implantação dos novos centros cafeeiros no oeste paulista, elas instalaram suas unidades de abastecimento nas áreas que dariam origem aos bairros das Palmeiras e do Pingadouro. As famílias mineiras também se orientaram pela implantação da chamada Estrada do Taboado, uma nova rota aberta entre Jaboticabal, Rio Preto e o Porto do Taboado (Rubinéa) a partir de 1895.
FUNDAÇÃO DO POVOADO
Mas foi com a instalação de uma estação da Estrada de Ferro Araraquara na extensão dos trilhos entre Taquaritinga e Rio Preto, obras autorizadas em 1910, que ganhou forma um núcleo urbano de extraordinário percurso de desenvolvimento. Nesta ocasião já se achava presente um povoado nas proximidades da estrada boiadeira do “Taboado”, na margem esquerda do córrego grande e em terras doadas por Salviano Nunes, o patrimônio de São Miguel, então dotado de uma capela sem paredes, algumas casas e os primeiros estabelecimentos comerciais da área. Com a chegada dos trilhos, um segundo patrimônio ganhou forma do outro lado do córrego: o de Santa Izabel, doado por Arthur Ortemblad. As intenções deste segundo proprietário, no entanto, eram diferentes: a capela de devoção à Santa Izabel visava ocupar o centro de um empreendimento imobiliário de caráter rural e urbano, destinado a famílias nacionais e estrangeiras atraídas pelos esforços de colonização e expansão ferroviária.
CRIAÇÃO DO DISTRITO
A velocidade de estruturação foi surpreendente e em apenas dois anos o patrimônio de Santa Izabel (em conjunto com São Miguel) foi elevado a categoria de Distrito de Paz, através do Decreto Lei Estadual nº 1405, pertencente ao município de São José do Rio Preto, com a denominação de IGNÁCIO UCHÔA.
ORIGEM DO NOME
À Estação Ferroviária, foi dado o nome de IGNÁCIO UCHÔA, pela Diretoria da Estrada de Ferro Araraquara - E.F.A. - que foi oficialmente inaugurada em 20 de novembro de 1911, já com serviço de telégrafo e telefone. É comum ver-se referência equivocada a Ignácio Uchôa, como Engenheiro da Estrada de Ferro Araraquara. Muitos de nós aprendemos assim na escola assim está veiculado em Sites sobre ferrovias assim está registrado em livros e dicionários históricos. A homenagem ao advogado, fazendeiro, empreendedor, desbravador, politico liberal, se fez pela atitude expontanea da Diretoria da E.F.A., dando o seu nome à Estação construída na margem direita do Córrego Grande.
CRIAÇÃO E EMANCIPAÇÃO DO MUNICÍPIO
Em 30 de dezembro de 1925, através do Decreto Lei Estadual nº 2117, o Distrito de Paz é elevado à categoria de Município, com a denominação de Ignácio Uchôa, desmembrando se do município de São José do Rio Preto. Sua instalação verificou se em 28 de março de 1926. Em 30 de novembro de 1938, através do Decreto Lei Estadual nº 9775, o município de Ignácio Uchôa teve a sua denominação alterada, passando a denominação simplesmente de UCHÔA.
PALEONTOLOGIA – FÓSSEIS E HISTÓRIA
O mais novo museu do noroeste paulista ocupa uma área que já foi armazém da antiga estação ferroviária de Uchôa e reúne parte das peças encontradas nas últimas três décadas por um grupo de apaixonados pelos dinossauros e liderado pelo mecânico Pedro Candolo, que dá nome ao lugar. O museu, que é uma grande conquista para a população uchoense, tem no seu acervo mais de 400 peças. São fósseis de crocodilo, tartarugas e dinossauros encontrados na região. Além de escamas e dentes, o museu também exibe ossos completos dos animais.
O espaço também conta com um laboratório de pesquisa e uma equipe que exerce atividades de campo, além da preparação, tombamento e estudo dos fósseis coletados. A descoberta e análise desses materiais vem permitindo a definição da paleofauna regional.
CONHEÇA A ALDEIA DO ARTESÃO
A Aldeia do Artesão é um espaço novo construído na entrada de Uchôa para reunir o que há de mais importante na produção de artesanato da cidade. Esculturas de barro, madeira, pintura em tecido, bordados entre outros produtos estão em exposição todo final de semana. Cada artesão possui sua loja e a produção semanal de cada um cria um colorido novo no espaço que funciona toda sexta-feira a partir das 18 horas e aos sábados a partir das 17 horas. Na cidade, boa parte dos artesãos deram seus primeiros passos e participaram de cursos de formação e qualificação que nasceram no Sindicato Rural de Uchôa, entidade que tem um papel importante na formação de novos núcleos econômicos e de geração de renda no município. Em eventos especiais ao longo do ano acontecem encontros que reúnem, além do artesanato, cantores, repentistas e os bolos e doces da roça. Vale a pena conhecer.
FESTA DE SANTOS REIS
Uchoa conta com duas companhias de Santo Reis, uma delas considerada entre as mais tradicionais do País. A Companhia de Santo Reis do Bairro das Palmeiras registra 120 anos de existência. A Companhia de Santo Reis de Santa Izabel, conta com 65 anos.
Gentílico: Uchoense
Fonte: www.memorialdosmunicipios.com.br/uchoa