Moradores de Uchoa e região têm no ‘quintal’ de casa uma ótima oportunidade de conhecer o trabalho de grandes carnavalesco do país, como o do inesquecível Joãozinho Trinta. Trata-se do Museu do Carnaval, que é considerado o primeiro da América Latina. Os visitantes tem a chance de ver peças que desfilaram em carros alegóricos como da Beija-Flor, Gaviões da Fiel, Portela, Salgueiro, Imperatriz Leopoldinense entre outros.

Quem é a dona do museu é Leonor Camillo, de 80 anos, mas o grande idealizador do projeto é o filho dela, Carolino Camillo Neto, 53 anos, farmacêutico bioquímico. Ele conta que começou a sua paixão por decorações em 1993, quando trabalhou na 23ª Festa do Peão de Boiadeiro de Uchôa e de lá para cá foi se aperfeiçoando, mas somente em 1997 que passou a se dedicar ao carnaval, foi nesse ano também que adquiriu a primeira peça.

“Quando o prefeito de Catanduva assumiu a prefeitura, o carnaval era no mês seguinte e tinha a responsabilidade de manter como o melhor carnaval do interior do estado, então, convocou quem quisesse ajudar e eu acabei recebendo as alegorias do desfile como forma de pagamento”, explica Carolino.

A quantidade de peças ainda não foi contabilizada, mas a estimativa é que passe de dois mil itens. Alguns chegam a medir até 5 metros de altura. O maior deles ainda não está no museu. Segundo Carolino, a maior alegoria é um Dragão que está em um galpão em Araçatuba e será necessário contratar um caminhão para trazer de volta. O valor do frete pode passar os R$ 1 mil.

O espaço do museu conta com, aproximadamente, 2,5 mil metros quadrados e Carolino alugava cinco barracões para armazenar toda a sua coleção. “Minha família falava que eu era louco e que era melhor voltar a trabalhar como farmacêutico bioquímico”, conta Carolino.

Mas a perseverança parece que valeu a pena. O museu tem um dos maiores acervos de artes do país, o que atrai visitantes de todo o lugar. As peças são raridades atualmente, já que as escolas de samba não utilizam mais o isopor como obra prima. Atualmente as escolas de samba estão usando ferro e cobre com espuma para baratear o custo das alegorias, já que um bloco de isopor, segundo o Carolino custa, em média, R$ 2 mil.

Uma das grandes curiosidades é a forma que Carolino conseguiu tantos adereços. “Eu ia ao Rio de Janeiro direto e tinha contato com as escolas de samba, quando chegava lá e via alguma coisa interessante eu já falava que ia comprar após os desfiles. Um exemplo é quando o pessoal de Paritins estava fazendo o primeiro trabalho no Rio de Janeiro para o Salgueiro. Quando vi a cabeça de boi que eles estavam criando, eu falei que aquilo ia ser meu. Perguntei quanto eles estavam gastando, eles falaram R$ 6 mil e eu paguei”, explica com detalhes o carnavalesco.

Outro fator que Carolino diz que ajudou bastante foi de nunca repetir as peças por onde passava E ele conta que foram muitos lugares e que já fez carnaval para mais de 40 cidades, além de realizar mais de 200 desfiles entre cívicos e de rodeio.

O museu tem um custo simbólico por pessoa, para ajudar a manter os gastos dos colaboradores que ajudam na limpeza e manutenção das peças.


Fonte: Gazeta do Interior

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