O Jornal Diário da Região fez uma matéria sobre o turismo rural no noroeste paulista, e o Parque Caipira (a fazendinha do Café da Colônia) foi um dos destaques. Leia a seguir a matéria completa:

O turismo rural é uma tendência para as propriedades rurais movimentarem uma renda a mais para o produtor. Além disso, tem atraído o turista que procura por passeios para ficar mais perto da natureza e conhecer algumas plantações dos alimentos que compram no supermercado. Na região Noroeste Paulista, a colheita da uva abriu a temporada para o turista conhecer o pomar da fruta, com opções de fazendas centenárias da produção de café e de leite, algumas das riquezas da agropecuária brasileira.

A escolha pelo turismo rural, no País, também foi revelada por uma pesquisa do Ministério do Turismo - realizada entre abril e maio de - e aponta que 74% dos turistas buscam por esse segmento para ter maior contato com a natureza. A pesquisa mostrou ainda que os turistas têm interesse por passeios que proporcionem paz e tranquilidade. A autenticidade da comida caseira também ganhou a preferência de 73% dos entrevistados que procuram pelo turismo rural.

O turismo rural mudou a vida do produtor Weber Boraschi, que trabalha há décadas com plantações de uva no município de Urânia. Há sete anos ele abriu a propriedade, o Vale das Vitórias, para os turistas conhecerem a plantação de uvas e ter a oportunidade de colher as frutas nos parreirais.

“A cada ano a gente aprimora mais o turismo, que começou com uma colheita das uvas da variedade vitória. Na época, a Embrapa havia lançado a vitória, uma uva sem semente e muito docinha, que ainda é o grande atrativo do nosso negócio. No ano passado, já tivemos outro lançamento da Embrapa, a uva melodia, uma variedade que tem sabor de frutas vermelhas e que está fazendo muito sucesso”, diz Weber.

Lucro

Aquela frase de unir o útil ao agradável fez muita diferença para o negócio da família Boraschi. Para quem produz uvas, na região de Jales, a temporada é a de garantir a lucratividade, com a colheita da uva, a partir do mês de julho, quando a safra se inicia. Paralelo a isso, é aproveitar as férias escolares para atrair os turistas.

“As crianças gostam muito da uva sem semente e com isso temos um giro de negócio bom. Recebemos aqui, em média 1,5 mil turistas apenas no final de semana”, conta o produtor.

Muitos visitantes nunca tiveram a oportunidade de conhecer uma plantação de uva e, segundo Weber, se encantam com as parreiras que trazem uvas de colorações diferentes, cachos vistosos e aproveitam o sabor das oito variedades que o produtor cultiva. “São turistas da região e de outros estados que procuram pelo passeio e para colher as uvas, com todas as orientações que damos”, pontua.

Trilhas para ciclistas

Pedalar também ganhou adeptos na região de Rio Preto, atraindo um turismo que vem despontando entre os proprietários rurais. É que os ciclistas apreciam as trilhas em áreas rurais, o que deu uma dinâmica para os agricultores abrirem as propriedades para investimentos em gastronomia.

Em Mendonça, uma área rural bastante tradicional, o bairro Aiuruoca reúne muitos atrativos. “Há dois anos nós temos fomentado o turismo rural no bairro, com um grupo de mulheres que vem produzindo alimentos e artesanatos”, explica Nilton Cesar Aguiar Jr, coordenador de agricultura da Prefeitura de Mendonça.

A agricultora Ivani Saito Bonfante vem investindo em conhecimento para empreender. Ela faz o curso sobre turismo rural, ministrado gratuitamente pelo Senar, de Rio Preto, e ressalta que há muito potencial. “A gente tem a ideia de montar um café para receber os ciclistas e turistas”. (CC)​​

Propriedades centenárias

Guardada a tradição das famílias que produziam culturas como o café e o leite, outras gerações investiram no turismo rural, abrindo as porteiras da fazenda para o passeio que traz o cotidiano e a história desses lugares. Ainda hoje, a empresária Claudia Baffi Pellicciotta, conta que preserva o “terreirão” de café da fazenda, em Uchoa.

“Meus bisavós vieram da Itália e aqui produziram por muito tempo o café, e depois a pecuária leiteira. Ainda hoje me lembro do meu avô me levando para a lavoura para sentir o cheiro da florada do café”.

Hoje, a propriedade abriga o Parque Caipira, um espaço para atividades pedagógicas com escolas, para famílias e grupos interessados em conhecer a gastronomia tradicional do interior paulista, com o café e outras guloseimas. “Temos muitos animais, pássaros, árvores frutíferas e espaços muito bons para contemplar a natureza”.

Em outra tradicional propriedade de pecuária leiteira, a proprietária Adriana Dalafini vislumbrou a virada de negócio para receber os turistas que apreciam as tradições da culinária, diretamente saídas do forno a lenha. “A fazenda era do nosso avô, e hoje, dividimos as áreas entre meus irmãos, que mantêm a produção de leite e de suco de laranja”, conta Adriana.

Da produção da família, Adriana faz do café Empório Rural, em Ipiguá, um espaço para receber, aos domingos, os turistas que apreciam os bolos caseiros, leite fresquinho retirado na hora, queijo fresco, doce de leite e outros quitutes. As crianças podem ainda curtir o passeio a cavalo e conhecer os animais do rebanho leiteiro.

Fonte: www.diariodaregiao.com.br