No século XVII, alguns colecionadores tinham seus "gabinetes de curiosidades". Considerados bisavós dos nossos museus modernos, esses espaços continham tudo aquilo que o colecionador coletava ao longo da vida. Podia ter de tudo: fósseis, insetos, livros antigos, animais empalhados, quadros e muito mais.
Nessa época, tais gabinetes eram abertos só para amigos dos colecionadores, cientistas e pesquisadores. Em um determinado momento, algumas pessoas perceberam que as coleções mereciam um lugar especial, e assim elas ganharam espaço nos primeiros museus do mundo - como o Museu Britânico e o Museu de História Natural, em Londres.
Um dos maiores colecionadores dessa época foi Sir Hans Sloane. Um médico irlandês que cuidava de governantes de colônias inglesas no Caribe e para isso viajava muito. Ele aproveitava as viagens para realizar sua maior paixão, que era coletar o que julgava curioso pelo mundo.
Como Sloane era muito rico, começou a comprar objetos raros e valiosos para aumentar sua coleção em Londres. Sua fama de colecionador atraiu marujos, que batiam em sua porta para vender coisas exóticas que traziam de viagens. Pessoas doentes também o procuravam e ofereciam animais, ossos, plantas e até barcos para pagar por seus serviços médicos. Os armários de sua casa continham animais, frutos, minerais, moedas, antiguidades... A coleção ficou tão grande que ele teve que se mudar para uma casa maior nos arredores de Londres e contratou ajudantes para escrever a história de cada um de seus objetos.
Logo começou a receber visitantes da Europa toda. Quando Sloane morreu, em 1753, sua coleção foi doada à Sociedade Real de Londres, que juntou seu tesouro a outras coleções e inaugurou o Museu Britânico para abrigá-las.
Os primeiros museus, portanto, eram filhos crescidos daqueles gabinetes de curiosidades. Mas eram abertos apenas para "homens de saber", ou seja, apenas cientistas podiam visitar as coleções. A regra valeu para outros museus abertos na época, como o de Belvedere, em Viena, de 1783, e o Museu de História Natural de Paris, aberto em 1793.
Foi só com a Revolução Francesa, no fim do século XVIII, que os museus se tornaram espaços abertos ao público. O primeiro com esse propósito foi o Louvre, aberto em Paris em 1793.
Os primeiros museus científicos foram os de história natural, que reuniam animais e minerais e permitiam fazer viagens no tempo e no espaço para conhecer bichos extintos, ou ecossistemas exóticos.
No século IXX, com o desenvolvimento da indústria e da tecnologia, surgiram os primeiros museus voltados para a tecnologia industrial. Seu objetivo era mostrar para o público todas as maravilhas cientificas e tecnológicas que estacam sendo descobertas. Às vezes, era permitido puxar alguns botões e alavancas, mas geralmente não se podia encostar nas novas invenções. Depois de muitos anos, surgiram os museus interativos, onde os visitantes finalmente podiam participar, tocar, fuçar, descobrir. No americano Exploratorium, aberto em 1969 em São Francisco, por exemplo, o lema era "mãos à ciência", brincando com a famosa frase "mãos à obra".
O objetivo não era mais mostrar a ciência através de uma vitrine e sim, tirar a vitrine para que visitantes colocassem as mãos na massa.
Depois de terem surgido na Europa e nos Estados Unidos, não demorou até que os primeiros museus de história natural chegassem ao Brasil. Ainda no século IXX, foram abertos o Museu Nacional (1808), o Museu Paraense Emílio Goeldi (1866) e o Museu Paulista (1894).
Museu Paraense Emílio Goeldi
Museu Nacional
Museu Paulista
O Museu Nacional foi criado no ano em que a família real de Portugal chegou ao Rio de Janeiro, para estimular o estudo das plantas (Botânica) e a dos animais (Zoologia) - mas, na verdade, tinha um pouco de tudo, incluindo arte, antiguidades minerais e peças indígenas.
Ao longo do século XX, outros museus de ciências se espalharam pelo Brasil. Hoje, muitos adotaram a filosofia do "mãos à ciência".
Além disso , outros ensinamentos fascinantes de ciência chegam a nós em exposições temporárias e itinerantes, que viajam o país para alcançar mais crianças, jovens e adultos. Conhecer um fóssil de dinossauro, fazer experimentos com microscópios entender alguns dos princípios da física e observar astros são apenas algumas das aventuras possíveis nos diversos museus de ciências do país.
Fonte: Blog Arte, Cultura e Espiritualidade